Em 2011 foi anunciado que um novo jogo dos Cavaleiros do Zodíaco seria lançado, como comemoração de 25 anos da série, no final daquele ano no Japão e em 2012 no ocidente, então os fãs brasileiros já começaram a almejar por uma versão do jogo em português... Demorou um pouco, mas o anuncio do lançamento do jogo no Brasil foi feito lá por fevereiro de 2012. Apesar dos esforços dos brasileiros em trazer uma versão 100% em português, não aconteceu. O jogo está completamente legendado em português, mas os diálogos continuaram em japonês. Não que isso seja uma coisa muito ruim, mas de fato a nostalgia seria bem maior se o jogo também estivesse dublado.
   Mas que tal dar uma sacada de como o jogo ficou?


   A Saga do Santuário, provavelmente, é a mais famosa do anime japonês, e por isso foi a escolhida para ser tema do jogo. O modo como a história é contada está bem fiel, desde a chegada na primeira casa, de Mu de Aries, onde a "restauração" das armaduras(e também onde acontece o tutorial do jogo) é feita, até a passagem pelas outras casas e os acontecimentos especiais, como a "morte" de Hyoga e quando Shiryu recupera a visão, enfim, e muitas outras coisas estão no anime. Os dialogos presentes fazem você lembrar do anime, e a dublagem japonêsa é ótima, trazendo de volta, creio eu, a grande maioria dos dubladores originais. Mas também há pequenos deslises nessa passagem da história, como a "volta" dos Cavaleiros Negros ou até mesmo de Misty de Lagarto, que havia sido morto por Seiya antes deles irem para o santuário. Não que isso seja um grande problema, até porque essas partes de mini-chefes dão um pouco de desafio a mais sim.
 Os gráficos não estão tão bons quanto poderiam ser. O cenário está bonito, a animação dos personagens e dos golpes também estão legais, lembra muito o anime, mas faltam texturas mais bonitas e os personagens parecem ser feitos de plástico. Talvez se você estivesse jogando numa época que não se reproduzia muitos detalhes isso não fosse um problema, como no jogo dos Cavaleiros do Zodíaco de Playstation 2, mas não estamos mais nos anos 2000. Além disso não há muita variação de inimigos, então quando você joga, tem a sensação de que eles foram preguiçosos, de que eles fizeram meia dúzia de inimigos, copiaram, mudaram as cores em determinada fase, e colaram aos montes, para dizer que tem muitos. Isso hoje em dia é meio triste, pois o jogo teve esses defeitos por preguiça, pela produtora querer dinheiro fácil, e não por ser um jogo com o estilo gráfico diferenciado. Até porque se o jogo tivesse sido feito em Cel-Shading a história seria outra, mas parecem que eles quiseram fazer o jogo num estilo gráfico que já havia sido feito no jogo de Playstation 2.

   O jogo conta com o modo história, um modo survival para um jogador, onde se deve sobreviver o mais tempo possível, mas também existe um modo para dois jogadores, onde, depois de escolher um desafio, os dois Cavaleiros esculhidos pelo jogador devem derrotar uma sequencia de Cavaleiros de Ouro, que são bem mais difíceis nesse modo.
   Mas se tratando do modo história, o jogo é um Beat'em Up, com alguns elementos de Aventura e RPG, o que faz com que você passe por um caminho cheio de Cavaleiros até chegar na casa onde o personagem que você está controlando está destinado a ir. Isso até pode dar certo em outros jogos do gênero, mas não foi o que aconteceu nesse jogo. Com alguns personagens, você já começa com todos os golpes (apesar de aprender alguns outros truques durante o jogo), com outro vocês tem que liberar, mas desde o começo já é algo bem repetitivo, com pouquíssima variedade de inimigos que na grande maioria dessas partes não chega a ser desafiador, mas sim um "esmaga botão" e diga-se de passagem, com uma câmera não muito boa, pois, por ela ser fixa, atrapalha bastante se um inimigo estiver atrás de você e for dar algum golpe, o que em algumas partes do jogo torna-se uma coisa sofrida, talvez por essas coisas o jogo consiga ter horas de duração.
  O que, de certo modo, salva o jogo são os mini-chefes e os chefes principais, os Cavaleiros de Ouro, de cada casa, onde deixa de ser apenas um "esmaga botão" para algo com um pouco mais estratégia e muito mais timing, pois os chefes são bem mais poderosos que os Cavaleiros que você luta no caminho que você segue até chegar em uma das casa. O único problema com alguns Cavaleiros de Ouro é que você chega a lutar várias(VÁRIAS) vezes contra o mesmo Cavaleiro, o que pode deixar muita gente irritada.

Me dê a sua força Pégaso!!
   O jogo, em seu elemento RPG, trás um fator replay interessante, já que quando você zerar da primeira vez, terá aumentado o nível dos seus personagens e, ao passar das fases, ganhará vários pontos para distribuir entre Energia(HP), Cosmo, Ataque, Defesa e Sorte. Além disso, com os pontos ganhos você pode aumentar o poder de suas técnicas. No caso de Seiya, ele tem "Meteoro de Pégaso", o "Cometa de Pégaso" e o "Turbilhão de Pégaso" e também existem algumas habilidades especiais, como gastar menos cosmo quando for soltar alguma técnica, etc. Depois de zerar o jogo, você continuará com os pontos colocados para se desejar jogar o modo história novamente, ou ir no modo survival, assim seus personagens já estarão bem mais fortes, o que facilitará bastante.
   Quando fui jogar com meu primo para 2 jogadores, era extremamente difícil passar do primeiro Cavaleiro de Ouro, que era da casa de Touro, mas depois de jogar algumas horas do modo história, já facilitou bastante no modo para 2 jogadores.

Bônus
A edição brasileira vem com um código da Armadura de Ouro de Sagitário para você baixar através da PSN, além disso, quando você zera, libera outros modo história de outros personagens, e quando zera esses personagens podem ser usados no modo survival/multijogador, como Aiolia e Marin. Também passando de fases e concluindo o jogo, você libera extras e troféus. Alguns desses extras são imagens dos action figures, ou mais conhecidos como "bonecos para colecionador", além de artes dos Cavaleiros, dentre outras coisas.

Aqui segue a lista de Troféus, uma cortesia da PS3Brasil, feita pelo Soul Zonik:

Conclusão
É um jogo longo sim, porém repetitivo, isso não dá para negar. Sem contar que pelo preço que ele é encontrado, só vale a pena você comprar se for fã dos Cavaleiros do Zodíaco. É um jogo ruim? Não, não é um jogo ruim, mas a Namco Bandai poderia ter feito um trabalho melhor, ter polido mais, deixado o jogo visualmente mais bonito e com elementos que deixassem o jogo menos repetitivo. Então quem sabe no próximo?

P.S.: Agradecimentos especiais ao Soul Zonik da PS3 Brasil!