Para começar, Resident Evil: Revelations foi anunciado junto ao 3DS, na E3 2010. Então até seu lançamento, em fevereiro de 2012, a Capcom pôde trabalhar bastante no jogo. E digamos que foi um trabalho muito bem feito. O jogo conta com uma história bem contada, aliada a ótimos gráficos e jogabilidade, e resgata um pouco da sensação de medo, que tinha começado a se perder no Resident Evil 4, e no Resident Evil 5 praticamente não existia.


   A começar a análise pela história, Resident Evil: Revelations tanto faz bonito quanto faz feio. Ela gira em torno de Chris Redfield e Jill Valentine, co-fundadores da BSAA, empresa anti-bioterrorismo, e se passa em 2005, entre Resident Evil 4 e 5. Jill e Parker, seu novo parceiro, vão embarcar no navio Queen Zenobia a mando do seu chefe, O'Brian, para procurar por Chris e Jessica, sua nova parceira, que desapareceram durante uma missão. Enquanto isso, Chris e Jessica estão em uma região montanhosa, procurando por vestigios de uma organização bio-terrorista chamada Veltro.
   Jill e Parker não acham Chris, mas monstros transformados pelo virus T-Abyss, feito pela Veltro. No decorrer da história, eles descobrem que a Veltro está de volta à ativa e que pretende infectar mais de 1/5 das águas do planeta com o novo vírus, por culpa dos acontecimentos de Terragrigia, uma cidade sob a agua, destruída pelo governo por ter sido invadida por montros.
   O sinal de Jill e Parker é perdido, enquanto o de Chris e Jessica é recuperado, fazendo com que O'Brian peça para Chris e Jessica acharem Jill e Parker, que estão correndo um sério perigo!
   Quint Cetcham e Keith Lumley são os novos personagens que farão parte da trama. Eles trabalham com O'Brian e são destinados a pesquisar mais sobre a Veltro e a achar a localização de Jill e Parker. O resto? Só jogando para descobrir! :)
   A história é um pouco clichê, mas o lado bom é como ela é contada: por episódios, com muitas cut-scenes e vários diálogos dublados, o que deixa o jogador meio que ansioso para o que vai acontecer quando terminar o capítulo.



  
   No quesito jogabilidade, Resident Evil Revelations traz novidades, apesar de herdar basicamente tudo do seu predecessor, o 5, como os murros que são dados quando os inimigos estão "atordoados" ou usar a faca rapidamente. Os comandos com a touch screen facilitam bastante na hora de trocar de arma primária ou secundária, embora haja a opção de fazer isso usando o direcional para a esquerda para trocar a arma secundária, direcional para direita para trocar a arma primária e direcional para cima para pegar o equipamento Genesis, um scanner que você usa para procurar ervas, munições e os inimigos, para pegar amostras de sua composição,  e quando fizer 100%, ganhar um frasco de cura. Vale lembrar que não há barra de HP no jogo, ou seja, quando você estiver com o HP cheio, a tela ficará limpa e com cores normais, e quanto mais dano você for levando, mais "ensanguentada" e cinza a tela ficará. Outra novidade no Revelations é o sistema de dodge, que pode ser aplicado assim que um inimigo atacar, apertando o analógico para cima ou para baixo, e o botão B, fazendo com que o personagem se esquive do ataque. Além disso, outra grande novidade na jogabilidade de Revelations, e que deve permanecer pelos próximos jogos da série, é a possibilidade de andar enquanto está mirando com qualquer que seja a arma.
A Nintendo lançou um acessório que adiciona um segundo analógico e mais botões traseiros ao 3DS. Infelizmente, não tenho o acessório, mas o que ele basicamente faz é facilitar sua vida ao andar e mirar ao mesmo tempo. Além de possibilitar que você mova a mira enquanto está se movimentando, já que sem ele você precisa segurar o R para mirar, o L e usar o analógico para andar, não dando chance de você movimentar a mira enquanto está andando. O acessório traz, de fato, melhorias à jogabilidade, mas, sem ele, ela continua muito boa, não dá para negar.
Resident Evil: Revelations conta com cerca de uma dúzia de armas no modo campanha, apesar de que no Raid mode o jogo conta com alguns modelos a mais de arma e que, dependendo do nível, tem seu status alterado. Em ambos os modos Campanha e Raid as armas podem receber upgrades, como estrago causado com o tiro ou a quantidade balas no cartucho, por exemplo.

Da esquerda para direita: Parker Luciani, Jill Valentine, Chris Redfield, Jessica Sherawt

   Resident Evil: Revelations conta com dois modos de jogo. O primeiro dele é o modo campanha, na qual os jogadores acompanham toda a história do jogo. Uma boa novidade no modo campanha é que, quando você passa de uma missão para outra, ou sai do jogo e depois volta, ele mostra um "Previously, on Resident Evil: Revelations"(Anteriormente, em Resident Evil: Revelations) contando algumas partes chave do que se passou no capítulo anterior.
Saindo do modo campanha, temos o Raid Mode. Diferente de outros jogos da série, Resident Evil: Revelations não conta com um modo Mercenaries, já que a Capcom lançou separadamente meses antes do Revelations. Além desses dois modos, o Revelations conta com um sistema de missões que devem ser completadas algumas no modo campanha e outras no modo Raid. Um exemplo de uma missão para o modo Raid é completar todas as fases no nível Chasm para você ganhar uma roupa nova. Um exemplo de missão para o modo campanha é completar o jogo no modo CASUAL sem usar nenhuma erva para que você ganhe um "auto carregador".
O modo Campanha não é tão longo, mas vale muito a pena, alternando bastante entre momentos de ação, como se vê no 5, e momentos de medo, como nos jogos antigos da série. Jogando pela primeira vez no normal, terminei o jogo em cerca de 10 horas e 30 minutos.

Keith(esquerda) e Quint(direita)

Parker

   O Raid mode consiste em passar de missão em missão, baseado na campanha, matando os bichos do local para pegar chaves e progredir até chegar ao seu destino: uma moedinha dourada que deve ser quebrada. Quando é quebrada, aparecerá quantos % de acerto você deu, quantos inimigos matou, quanto de dano recebeu e quantos pontos você ganhará (chamado de BP). Os BPs são usados para adquirir novas armas, de diferentes níveis, equipamentos e upgrade para o seu personagem, que recebe expericência por cada missão terminada. O nível máximo que se pode chegar no Raid Mode é 50, no qual você já é capaz de usar qualquer arma nesse modo.
   O Raid Mode conta com três modos: O Solo, em que você vai pelas fases sozinho; O Nintendo 3DS Local Play, em que você pode jogar com um amigo que também tenha o jogo; Ou o Online Play, modo em que você encontra com pessoas de todo o mundo, seguindo pelas fases e também recebendo missões para serem concluidas pelo modo Raid, para encontrar essa pessoa como um infectado na fase descrita na missão.
   O modo campanha conta com as dificuldades CASUAL(fácil), NORMAL e HELL(Difícil), enquanto o modo Raid conta com as dificuldades CHASM(fácil), TRENCH(Normal) e ABYSS(Difícil).

   Quando se trata de gráficos, Resident Evil: Revelations surpreende muito positivamente, mas também pode surpreender negativamente, se você for mais fundo nessa questão. Que o jogo está lindo, não dá para negar. Os modelos de Chris e Jill foram retirados diretamente de Resident Evil 5(apesar de Jill não estar galega). Os efeitos de luz estão muito bonitos, os cenários são bem detalhados, os personagens são bem modelados e durante o jogo não se vê queda de fps, tirando nas poucas salas de loading, que poderiam ter feito igual a Resident Evil 5, onde na parte de loading os personagens ficam parados com uma animação bobinha. Já no Revelations, não, você pode movimentar seu personagem e, com isso, nota a queda gigantesca dos frames durante uns 5 segundos de loading.
   Saindo da parte bonita dos gráficos, Resident Evil Revelations também tem seus defeitos. Apesar dos cenários e personagens bonitos e bem detalhados, você pode notar que algumas texturas, quando se aproxima de algum objeto, estão pobres, ou alguns objetos que ainda são "papeis" colados na parede. Além de que, tirando as cut-scenes, quando os personagens estão dialogando, não há movimento labial. Além disso, temos a parte ruim dos personagens, que não dá para ser notado quando está in-game, mas no modo Raid, em que você pode escolher os personagens, também pode apertar "X" para ver o personagem e aproximar a câmera. A parte do rosto e do corpo dos peronagens estão ótimas, apesar de que, como eu disse anteriormente, se aproximar muito terão algumas texturas pobres. O problema é que você nota que o corpo dos personagens foram separados em: Cabeça, corpo e mãos. Ou seja, alguns modelos você percebe que a mão está "solta" do corpo, ou consegue ver onde o braço acaba e a mão começa. Sem contar que, em um dos modelos de personagem, você nota uma ligeira diferença da cor da cabeça e a cor do corpo.
   Uma coisa boa do Revelations é que você não fica na mesmice. O navio é bem grande, mas, além disso, você joga em outras areas com outros personagens durante o contar da história, como Chris em uma região montanhosa e com neve, Keith numa base da Veltro, ou até mesmo Flashbacks com Parker em Terragrigia. A variedade é grande, o que dá uma diversificação maior ao jogo.
Então é isso, na questão gráfica, o Revelations é super bom, e com o 3D ligado fica melhor ainda, mas quando se vai mais fundo dá para notar seus pequenos defeitos. Nada que atrapalhe na hora do jogo.

Chris e Jessica logo no começo do jogo

Considerações Finais

    Resident Evil: Revelations é mais "Resident Evil" que muito "Resident Evil" lançado até hoje.  A história é bem contada, faz um ótimo uso do 3D e junto com ótimos gráficos, deixa o jogador preso ao jogo tanto nas partes de Jill, que fica com as partes de survival horror, quanto nas de Chris, que fica com a parte de ação. É definitivamente um "must-buy" para os donos de 3DS que são fãs de survival horror e/ou Resident Evil.